Bolsonaro Envolvido em Desvio de R$ 6,8 Milhões em Joias, Aponta PF

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Investigação da Polícia Federal Revela Detalhes de Venda Ilegal e Enriquecimento Ilícito

A Polícia Federal (PF) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um inquérito que revela o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro no desvio de joias sauditas, presentes ao governo brasileiro, que foram incorporadas ilegalmente ao seu patrimônio pessoal. O relatório detalha que Bolsonaro tinha pleno conhecimento do leilão destinado à venda desses itens, o que culminou no indiciamento do ex-presidente por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

De acordo com a investigação, as joias, avaliadas em R$ 6,8 milhões, deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio do Estado. No entanto, elas foram desviadas para o uso pessoal de Bolsonaro, com parte do dinheiro sendo utilizada durante sua estadia nos Estados Unidos entre dezembro de 2022 e março de 2023. A PF suspeita que esses recursos foram ocultados para evitar o sistema bancário formal, utilizando dinheiro em espécie para reintegrar o valor à economia de forma ilícita.

O relatório, composto por mais de duas mil páginas, detalha que as ordens para vender as joias partiram diretamente de Bolsonaro, confirmadas pelos depoimentos de Mauro Cid e Osmar Crivelatti, ex-auxiliares do ex-presidente. Entre os itens desviados estão esculturas douradas de um barco e uma palmeira, presentes de autoridades estrangeiras.

A operação de recuperação das joias envolveu ações nos Estados Unidos, onde parte dos itens foi resgatada de lojas e trazida de volta ao Brasil, conforme decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). A PF também apontou que um relógio de ouro branco foi recuperado de uma loja na Pensilvânia, enquanto outras joias continuam sendo procuradas.

Além do desvio de joias, a PF relaciona o caso a outros inquéritos que investigam a produção de fake news e o uso indevido de recursos do Estado. A defesa de Bolsonaro, representada por Fábio Wajngarten, classificou o relatório da PF como uma “obra de ficção” e alegou perseguição política.

Os advogados do ex-presidente afirmaram que os presentes recebidos obedecem a um protocolo rígido e criticaram a investigação, destacando que outros governantes também passaram por situações semelhantes. Eles também mencionaram que Bolsonaro nunca quis para si nenhum bem considerado público e que o relatório da PF inicialmente falava em desvio de R$ 25 milhões, corrigido posteriormente para R$ 6,8 milhões.

A complexa teia de desvios e ocultações revelada pela PF lança novas luzes sobre a conduta de Bolsonaro durante seu mandato e após sua saída do país, aumentando a pressão sobre o ex-presidente e seus auxiliares. Cabe agora à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se há elementos suficientes para oferecer denúncia ao STF.

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