Na última quarta-feira, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou a trágica contagem de 100 vítimas fatais após chuvas catastróficas que assolaram o estado na semana anterior. O número permaneceu inalterado desde a última atualização pela manhã. Além disso, o cenário ainda é sombrio, com 130 pessoas desaparecidas e quase 380 feridos, além de dois casos de morte sob investigação.
A situação crítica se reflete na interrupção dos serviços básicos: mais de 400 mil residências estão sem eletricidade e meio milhão sem acesso à água potável. Cerca de 67.428 pessoas estão desabrigadas e outras 163.786 desalojadas, abrangendo mais de 85,5% do território gaúcho entre os 425 municípios atingidos de um total de 497.
As instituições educacionais também sofreram impactos significativos, com 2.338 escolas estaduais com aulas suspensas, afetando diretamente mais de 327 mil alunos. Dentre estas, 941 escolas foram danificadas, com 421 reportando estragos graves e 71 utilizadas como abrigos temporários.
A comparação da catástrofe com o furacão Katrina, que devastou os Estados Unidos em 2005, ressalta a falta de preparo e a coordenação inadequada no gerenciamento das crises. Hospitais da região enfrentam uma pressão extrema, com falta de recursos médicos essenciais.
Além disso, com a previsão de novas chuvas e queda nas temperaturas devido a uma frente fria, aumentam os riscos de hipotermia entre as vítimas. A Defesa Civil faz um apelo por doações de itens básicos para auxiliar os afetados, e alertas foram emitidos para que as pessoas não retornem às áreas ainda inundadas ou sob risco de deslizamentos.
Enquanto isso, Porto Alegre e regiões próximas enfrentam dificuldades em manter as operações de resgate ativas devido ao mau tempo. A economia local poderá sofrer perdas estimadas em R$ 6,3 bilhões, com impactos profundos na indústria e na agricultura.
A situação também revelou um exemplo tocante de resiliência animal, como o resgate tentativo de um cavalo encontrado em um telhado na região de Canoas, parte de um esforço maior que já salvou mais de 20 mil animais em todo o estado.
A solidariedade se faz presente através de campanhas de arrecadação lideradas pela Força Aérea Brasileira, com pontos de coleta estabelecidos em várias bases aéreas, recebendo doações volumosas de alimentos, água, roupas e itens de higiene, além de rações para animais de estimação. A mobilização inclui dicas para a doação eficiente de roupas e alimentos, visando otimizar a distribuição das ajudas.
A continuidade dos esforços depende da capacidade de armazenamento nos locais de destino, com o próximo transporte agendado para Canoas, buscando mitigar o sofrimento dos afetados pela catástrofe.
