Hospital nos EUA é processado após enfermeira substituir remédios por água, resultando em nove mortes

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O caso de negligência médica em Oregon levanta questões sobre a segurança no manejo de medicamentos e a supervisão hospitalar

Um caso chocante de negligência médica está abalando o estado de Oregon, nos Estados Unidos, após uma enfermeira ter sido acusada de substituir fentanil, um potente analgésico, por água de torneira, o que resultou na morte de nove pacientes. O incidente aconteceu em um hospital da região, que agora enfrenta um processo no valor de US$ 303 milhões, movido pelos familiares das vítimas e outros pacientes afetados.

As investigações começaram em 2023, quando uma série de infecções bacterianas foi registrada entre os pacientes que receberam a medicação adulterada. Ao todo, 18 pessoas foram contaminadas, sendo que metade delas não resistiu. Segundo as autoridades, a enfermeira teria roubado o fentanil e, para encobrir o desvio, administrou água de torneira no lugar da droga intravenosa prescrita aos pacientes.

A gravidade da situação trouxe à tona uma série de falhas na segurança do hospital, especialmente no controle e monitoramento de medicamentos controlados. Familiares das vítimas acusam a administração hospitalar de negligência por não implementar protocolos rígidos que pudessem prevenir o desvio de medicamentos, além de não garantir a supervisão adequada do comportamento dos funcionários. Em um comunicado, o hospital afirmou estar cooperando com as investigações, mas os advogados das famílias questionam a eficácia das medidas tomadas até o momento.

O fentanil, substância central no caso, é conhecido por ser um dos analgésicos mais potentes disponíveis no mercado, usado frequentemente em pacientes com dores intensas ou no pós-operatório. No entanto, seu uso requer supervisão rigorosa devido ao alto risco de abuso, uma vez que é uma droga altamente controlada nos EUA por ser um opioide sintético, ligado a uma crise de overdose em diversas regiões do país.

Especialistas em segurança hospitalar e farmacêutica estão alarmados com a situação. De acordo com relatos de profissionais, casos de desvio de medicamentos por funcionários de saúde não são novos, mas raramente resultam em consequências tão graves. “A substituição de medicamentos por substâncias inócuas como água é algo praticamente inconcebível, especialmente em um ambiente hospitalar que deveria ser extremamente controlado”, afirmou um especialista em segurança médica.

O processo legal, que busca responsabilizar o hospital pela falta de supervisão e as mortes resultantes, pode servir como um exemplo sobre a importância de reforçar protocolos de segurança em estabelecimentos de saúde. Além disso, familiares das vítimas afirmam que lutarão por justiça até que os responsáveis, tanto a enfermeira quanto o hospital, sejam devidamente punidos.

Por enquanto, o hospital não divulgou o nome da enfermeira envolvida, mas a investigação continua a apurar o ocorrido. A expectativa é que novas regulamentações e medidas preventivas sejam adotadas em resposta a esse caso para evitar tragédias semelhantes no futuro.

Esse incidente abre um debate necessário sobre a segurança hospitalar e o uso de opioides em pacientes vulneráveis, principalmente à luz da crise de fentanil que atinge várias partes dos EUA, exacerbando o problema do uso indevido de drogas.

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