O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou Nicolás Maduro como reeleito para um terceiro mandato, um dia após as eleições. Com isso, Maduro poderá governar de 2025 a 2031, apesar das graves acusações de fraude feitas pelos opositores Edmundo González e María Corina Machado.
A comunidade internacional e a oposição ainda buscam entender os resultados. O CNE anunciou que Maduro obteve 51,2% dos votos, enquanto Edmundo González teria recebido 44,2%, com 80% dos votos contados. No entanto, detalhes específicos sobre a apuração não foram fornecidos.
Em seu discurso, Maduro mencionou uma suposta tentativa de golpe de Estado “de caráter fascista e contrarrevolucionário”, citando líderes da direita, como o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o atual presidente argentino Javier Milei.
Países como o Brasil exigem a publicação das atas eleitorais para validar os resultados. O Brasil não reconheceu oficialmente a vitória de Maduro, com o Itamaraty solicitando a publicação de “dados desagregados por mesa de votação” como essencial para a transparência do pleito.
A OEA (Organização dos Estados Americanos) convocou uma reunião para discutir as eleições venezuelanas, a pedido da delegação do Equador. Governos críticos a Maduro, como Paraguai, Argentina, Costa Rica, Guatemala, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai, expressaram profunda preocupação e exigiram uma revisão completa dos resultados com observadores eleitorais independentes. Vale notar que a Venezuela não tem representação na OEA.
Em resposta às críticas, o governo de Maduro expulsou os corpos diplomáticos de sete países: Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai. O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto, acusou esses países de serem subordinados a Washington e de tentarem deslegitimar as eleições.
O Ministério Público venezuelano elogiou a “demonstração de civilidade e democracia” do povo e repudiou as declarações de governos latino-americanos que questionam a legitimidade do processo eleitoral. A embaixadora brasileira em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, não compareceu à proclamação, conforme informações de fontes locais.
O governo brasileiro continua monitorando a apuração e aguarda informações mais detalhadas do CNE para se pronunciar sobre a legitimidade do resultado.