Nesta quinta-feira (4), a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 11 pessoas no inquérito que investiga a apropriação indevida de joias recebidas como presentes durante seu mandato. A PF aponta crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Entre os indiciados estão Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação, e Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, ambos acusados de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Julio Cesar Vieira Gomes, ex-chefe da Receita Federal, foi indiciado por advocacia administrativa. No entanto, não houve pedidos de prisão preventiva ou temporária.
O relatório final será encaminhado ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, que enviará o documento à Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR decidirá se há evidências suficientes para denunciar Bolsonaro ou se novas investigações são necessárias.
A investigação revelou que joias, incluindo um kit com relógio Rolex de ouro branco, foram negociadas nos EUA em 2022. Aliados de Bolsonaro tentaram recuperar o relógio após sua venda ter sido revelada pela imprensa. Outros itens de luxo, como um colar de diamantes da marca Chopard, foram retidos na Receita Federal, enquanto alguns foram anunciados em leilões nos EUA.
Bolsonaro nega irregularidades, e seu advogado, Paulo Cunha Bueno, afirmou que não se manifestará até ter acesso ao documento da PF. Fabio Wajngarten, em seu perfil no X, antigo Twitter, declarou que foi indiciado por cumprir sua função profissional, defendendo um cliente conforme a lei.
Agora, a PGR avaliará as provas e decidirá os próximos passos: denunciar os indiciados, arquivar o caso ou solicitar mais investigações. Caso haja denúncia, o STF determinará se os acusados se tornam réus, se o caso é arquivado ou se será encaminhado à primeira instância.