No domingo, 9 de fevereiro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. Em resposta, o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira, 10 de fevereiro, que o governo brasileiro aguardará uma decisão oficial dos EUA antes de emitir qualquer posicionamento.
Haddad enfatizou que o governo só se pronunciará com base em decisões concretas, evitando comentários sobre anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. Ele afirmou: “O governo tomou a decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados, revistos. Então, o governo vai aguardar a decisão oficialmente antes de qualquer manifestação”.
Desde que assumiu a presidência em 20 de janeiro de 2025, Trump tem adotado uma política tarifária agressiva para proteger os interesses dos EUA. Até o momento, foram anunciadas taxações para as importações de produtos do México, do Canadá e da China. Os presidentes do México e do Canadá buscaram entendimentos com os EUA e, temporariamente, as tarifas foram suspensas.
Questionado sobre possíveis medidas em relação às grandes empresas de tecnologia, Haddad limitou-se a dizer que aguardará a orientação do presidente da República após a implementação efetiva das medidas pelos EUA. Posteriormente, ele esclareceu em sua conta no X (antigo Twitter): “Para não deixar dúvida, não é correta a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil”.
A decisão dos EUA pode ter impacto significativo no Brasil, que é um dos principais fornecedores de aço para o mercado norte-americano. De acordo com dados do Departamento de Comércio dos EUA, o Brasil é o terceiro maior fornecedor de aço para o país, atrás apenas do Canadá e do México.
A medida tarifária de Trump deve ser formalizada nesta segunda-feira e abrangerá importações de metais de todos os países. O presidente americano afirmou: “Qualquer aço que entrar nos Estados Unidos terá uma tarifa de 25%”.
Em 2024, o Brasil exportou mais de 4 milhões de toneladas de aço para os EUA, consolidando-se como um dos maiores fornecedores de aço e alumínio para o país norte-americano. No que diz respeito ao ferro fundido, ferro ou aço, os EUA importaram 18% de todas as peças fornecidas pelo Brasil em 2023. No total, 25% do aço utilizado em território americano é importado de países como México, Canadá, Coreia do Sul, Japão, China e Rússia.
O governo brasileiro permanece atento aos desdobramentos e aguardará a oficialização da decisão americana para avaliar possíveis ações em resposta à nova política tarifária dos EUA.
