No recente depoimento à Polícia Federal, ocorrido em Brasília nesta quinta-feira, Jair Bolsonaro, o ex-presidente do Brasil, escolheu não se pronunciar. A sessão de interrogatório faz parte de uma investigação sobre alegações de uma tentativa de golpe de Estado, seguindo os ataques às instituições governamentais em 8 de janeiro de 2023.
Bolsonaro, que chegou ao local designado para o depoimento pouco antes do horário marcado para as 14h30, permaneceu na sede da PF por aproximadamente 30 minutos. Ao sair, não interagiu com os jornalistas, mantendo os vidros do veículo fechados. A decisão de manter-se em silêncio foi justificada pelos seus advogados, que alegaram falta de acesso completo aos detalhes da investigação, incluindo depoimentos e dados extraídos de dispositivos eletrônicos relevantes.
Paulo Bueno, um dos advogados de Bolsonaro, explicou que a estratégia de silêncio se deve à impossibilidade da defesa de analisar integralmente os materiais em que se baseiam as acusações contra seu cliente. Bueno enfatizou a disposição de Bolsonaro em colaborar com a justiça para “elucidar a verdade”.
No mesmo contexto, a Polícia Federal conduziu depoimentos de outros ex-membros do governo Bolsonaro, incluindo figuras de alto escalão como o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa. Esses indivíduos são investigados por supostamente participarem de uma conspiração para subverter a ordem democrática e manter Bolsonaro no poder, contrariando o resultado das eleições presidenciais de 2022. As alegações incluem a elaboração de um documento contendo medidas extremas contra o judiciário, sugerindo até a detenção de ministros do Supremo Tribunal Federal.