Análise: 50 dias de BBB – por Freddy Charlson

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BBB – DIA 50

E eis que a primeira edição do Big Brother Brasil pós-pandemia – ok, o Covid-19 arrefeceu a little bit, mas, lembrem-se, continua fazendo vítimas – chega ao seu Dia 50, tipo metade do jogo. Dias de luta, dias de glória.

Dias de luta porque agora, enfim, ele parece tomar a direção certa rumo ao que atrai a audiência, especialmente a da segunda tela (redes sociais, como Twitter e Instagram). Traduzindo: um caminho de tijolinhos amarelos forrado de armações, traições, fim da colegagem, barracos, rupturas, lágrimas de crocodilo. Enfim, um jogo jogado enquanto o lambari é pescado.

(Pobre lambari, jogado ao sacrifício no templo do voyeurismo e da ambição humana, de uma gente que só pensa em grana-fama-e-você.)

No meio de tudo isso, a discórdia reina (obrigado, anjo caído! oh, dias de glória!) entre brothers e sisters. No quarto Deserto, Fred Boco Roso acusa All Face de traição. E All Face (cada vez mais gigante na peleja) o chama de ensaboado. Larissa toma as dores do ex de Boca Rosa enquanto Guimê sobe no muro (que pena que não no paredão), ao mesmo tempo em que os apagados Cara de Sapato e Amanda se escondem sob o edredon (cada um no seu, felizmente). Já Bruna “Fuga das Galinhas” Griphao passa os dias a xingar, mesmo após a saída de Fred “Doctor Greys Anatomy”, o protagonista da edição, o “Craque do Jogo”. Ah, o grupo ainda tem uma certa Aline Ragatanga, creio. Uma zona maior do que as cenas que antecedem o naufrágio do iate de Triângulo da Tristeza (filmaço, vejam).

Do outro lado, a fraca-sonsa-e-planta Marvvila não fez o combinado com seus pares do quarto Do Fundo do Mar. Não votou em Larissa na última Formação do Paredão (e foi votada por ela), o que levou 3 integrantes do grupo à berlinda. Ou Sarah (sister do All Face) ou Key (viúva do Cowboy) ou Domitilla (Miss Alemanha e melhor sotaque da edição) sairá nesta terça-feira. Resultado: Marvvila recebe todo o ódio do mundo. Dos companheiros de casa, do Projac, de Boninho, do Brasil. Bitch.

Na boa, Marvvila… come on, motherfucker!

Nesse contexto, o Jogo da Discórdia, atividade tradicional das noites de segundas-feiras, promete quase tanta bagunça e tensão quanto os atos antidemocráticos cometidos contra os 3 Poderes em 8 de janeiro passado. A diferença é que os brothers and sisters já começaram o esquema “presos”, enquanto os fascistinhas foram detidos após os crimes brutais que chocaram o mundo.

Nessa lida, a partir desta terça, o Deserto terá, em tese, 8 integrantes, contra 5 do Do Fundo do Mar. Mas os embates atravessaram fronteiras e ocorrem agora dentro do próprio grupo, o que pode levar a um redesenho de forças. Ganha o telespectador que curte acompanhar esse tipo de atração. Para uns, lazer. Para outros, experimento da psiquê humana. Para outros, alienação. Para os primeiros, desejo que curtam o tempo à frente da telinha. Para os segundos, encarem como aprendizado. Para os últimos, sugiro a leitura, sei lá, de Orwell, Dostoievski, Saramago, Foucault e afins.

Todo mundo é uma ilha.

 

  • Analise escrita pelo jornalista Freddy Charlson
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