O presidente interino do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo, disse que o órgão está endurecendo a cobrança com moradores de bairros nobres de diversas cidades brasileiras para que respondam ao Censo de 2022, retardado por dois anos devido à pandemia de covid-19 e deficiências orçamentárias. Entre as medidas, estão a aplicação de multa de até 10 salários mínimo para quem se recuse a fornecer as informações e a possibilidade de desdobramentos criminais. O objetivo é evitar o atraso da divulgação do resultado, previsto para começar em abril.
Azeredo explicou que o governo está desenvolvendo campanhas específicas para a população de maior faixa de renda nas capitais Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Recife, além do Distrito Federal, entre outras.
“Estamos retornando a alguns bairros como Leblon (RJ), Ipanema (RJ), Copacabana (RJ), Jardins (SP), Consolação (SP), Savassi (BH), Boa Viagem (Recife), e Brasil afora. A gente está utilizando apoio da ministra (do Planejamento) Simone Tebet, num convencimento forte, com campanhas a serem realizadas”, ressaltou.
No Distrito Federal, as campanhas serão acompanhadas da intensificação da presença dos recenseadores em bairros como Lago Sul e Lago Norte de Brasília. “Acreditamos que cerca de 6% da população não respondeu ao Censo, mas o problema é que esta ausência está concentrada numa faixa da população”, disse Azeredo.
Na abordagem do Censo, um funcionário identificado do IBGE vai até as residências e, caso não encontre os moradores, deixa uma folha de recados solicitando informações sobre o melhor horário para retornar e realizar a entrevista. Caso não tenha resposta, o recenseador deve deixar um folheto explicando que o Censo 2022 também pode ser respondido por meio de um número de telefone específico, o 137.
Somente após este protocolo é que o recenseador deixa uma carta de notificação, avisando que, caso não responda ao Censo, o morador pode ser multado em até 10 salários mínimos. “Se houver dúvida, entre no site e verifique a identidade do recenseador. Se preferir, ligue no 137. Um minuto para responder e não pagar a multa”, orientou Azeredo.
Funcionário de carreira do órgão, o presidente interino do IBGE alertou que há uma atenção especial aos condomínios. “Toda a população é obrigada a responder ao Censo. Quem não deixa o recenseador entrar, está cometendo um crime. Síndico e porteiro que não deixam recenseador entrar estão cometendo um crime”, ressaltou.