Nesta segunda-feira (16/12), o dólar comercial alcançou um novo patamar histórico, fechando em R$ 6,09, representando uma alta de 0,99%. Durante a manhã, a cotação aproximou-se de R$ 6,10, levando o Banco Central (BC) a intervir por meio de um leilão extraordinário no mercado à vista, sem compromisso de recompra, no qual foram vendidos US$ 1,63 bilhão. Esta foi a maior intervenção do BC no mercado à vista desde 2020.
Apesar da ação, a cotação recuou momentaneamente para R$ 6,04, mas voltou a subir ao longo do dia. Na sexta-feira anterior (13/12), o BC já havia realizado um leilão, vendendo US$ 845 milhões, totalizando mais de US$ 4,6 bilhões em intervenções nos últimos dias.
O mercado financeiro mantém-se cauteloso, aguardando a aprovação das medidas de corte de gastos propostas pelo governo federal. Nesta segunda-feira, a Secretaria do Ministério da Fazenda divulgou um relatório de projeções fiscais indicando a necessidade de um incremento de receita de aproximadamente R$ 17,9 bilhões (0,1% do PIB) para alcançar déficit zero em 2025.
Investidores também estão atentos às reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed) previstas para esta semana, que definirão as novas taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos, respectivamente. A expectativa é de um corte de 0,25 ponto percentual nos juros americanos.
Adicionalmente, declarações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, mencionando o Brasil como um dos países que taxam excessivamente produtos americanos e sugerindo possíveis retaliações tarifárias, adicionaram volatilidade ao mercado cambial.
Em um dia de baixa liquidez, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, operou próximo da estabilidade, registrando leve queda de 0,31%, aos 124.230,97 pontos por volta das 17h15.
As preocupações com o cenário fiscal e as projeções econômicas continuam influenciando o comportamento do mercado financeiro, refletindo-se na volatilidade cambial e nas expectativas para as taxas de juros futuras.