Criminosos compravam dados de brasileiros por apenas 30 centavos

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Quadrilha vendia informações pessoais de milhões de pessoas para golpes e crimes financeiros

Uma investigação conduzida pela Polícia Civil de São Paulo desmantelou uma quadrilha suspeita de comercializar dados pessoais de aproximadamente 120 milhões de brasileiros. Essas informações eram vendidas para organizações criminosas por valores que variavam entre R$ 0,10 e R$ 0,30 por indivíduo.

O delegado Everson Contelli, da Delegacia Seccional de Fernandópolis, explicou que os suspeitos utilizavam técnicas de mineração de dados para acumular diversos bancos de informações, estabelecendo os preços com base na quantidade e qualidade dos dados obtidos. “Pode parecer pouco, mas ao considerar um arquivo com, por exemplo, 30 mil nomes, o lucro se torna significativo”, destacou Contelli.

A operação, denominada Tatu Canastra, está em andamento há um ano e já cumpriu nove mandados de busca e apreensão em cidades como São Paulo, Campinas, Praia Grande, Bauru, Taubaté, Londrina e Uraí. Até o momento, não há informações sobre prisões relacionadas ao caso.

As investigações apontam que a quadrilha, composta por sete integrantes, vendia os dados para uma variedade de clientes, incluindo empresas de telemarketing, profissionais liberais e outros criminosos. Essas informações eram utilizadas para a prática de crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e golpes digitais.

Entre as vítimas do roubo de dados estão servidores públicos de tribunais de justiça e prefeituras, cujas informações pessoais foram obtidas e comercializadas ilegalmente. A Polícia Civil ressalta que a venda dessas informações viola a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e facilita a ocorrência de crimes cibernéticos.

Este caso evidencia a vulnerabilidade dos dados pessoais no Brasil e a necessidade de medidas mais rigorosas para proteger as informações dos cidadãos contra o acesso e uso indevidos por parte de organizações criminosas.

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